Bolsa Família e o desemprego.

    Esta semana recebemos uma ótima notícia: Desemprego no Brasil tem recorde de baixa em outubro, chegando a 6,1%, o menor nível em oito anos. Isto demonstra um certo avanço nesta questão, porém temos que entender como funciona o cálculo deste índice feito pelo IBGE.

    Um dos fatores que deve ser questionado é o Bolsa Família. Todos os beneficiados por este programa estão classificados pelo Instituto como "trabalhadores desalentados", sendo que sequer estão executando atividade produtiva. Sendo assim, eles não se enquadram nas estatísticas de pessoas desempregadas. Qual a lógica disto?

    Infelizmente não temos informações de qualidade o suficiente para perceber crescimento ou queda de alguns fatores, como por exemplo o desemprego. Os acomodados com o Bolsa Família e que não exercem atividade remunerada (pra quê, se tem dinheiro no bolso e pode assistir Pica Pau todos os dias?) estão enquadrados como empregados, o que é um absurdo este tipo de indicação. Ouvi certo dia de um professor que o Bolsa Família gera consumo, e como consequência emprego e produtividade. Tem sentido. Porém, se o salário mínimo aumentasse, por exemplo, não causaria o mesmo efeito? Acredito que sim. Mas então, qual a diferença? A diferença é que estas pessoas estão ganhando por exercer alguma atividade, sendo no meu modo de ver uma atitude mais justa. Outras diversas ações poderiam estimular o consumo e produtividade, como a baixa de juros, o aumento das taxas de importação, taxas de investimentos mais altas para evitar o mercado especulativo e etc.

    Claro, sabemos que existem diversas pessoas em condições desumanas, sem oportunidades e que precisam de programas sociais do governo. Mas o que é incompreensível é dar o peixe, que não resolve o problema a longo prazo. É necessário dar educação de qualidade, saúde, infraestrutura. É preciso ensinar a pescar. E acredito que eles não estão muito preocupados com isso.